terça-feira, 15 de março de 2011

Polícia espera o momento certo para acabar com assalto e libertar refém em Garanhuns


      A atendente Edivânia Claudino, refém durante duas horas em uma farmácia  de Garanhuns, Agreste de Pernambuco, contou que sua expressão de tranquilidade durante os momentos de terror que viveu refletia, na verdade, um momento de despedida de todos os seus parentes e conhecidos. "No meu interior eu já estava me despedindo de tudo quanto era parente meu. Dos meus filhos, amigos...",

Leonardo Bezerra da Silva, de 21 anos, estava munido com uma faca peixeira, com qual, por diversas vezes, ameaçou matar Edvânia. Ele chegou a pressionar a arma contra o pescoço, o peito e até mesmo a boca da vítima.

Durante esse tempo, rezar Edivânia bem que tentou, mas a tensão por vezes impediu que conseguisse completar suas orações. "Eu começava a rezar muito (sic), mas nunca terminava", disse.

Ela relatou, ainda, que por diversas vezes tentou sensibilizar o assaltante, conversando com ele, mas que em nenhum momento Leonardo teria demonstrado interesse em libertá-la. "Falei pra ele: eu tenho três filhos pra criar, não me mata não. E ele respondeu: pois fique sabendo que seus filhos vão ficar órfãos porque hoje eu vou pro inferno e você vai de mãos dadas comigo".

Todas as tentativas de negociação da polícia com Leonardo foram em vão. Um promotor de justiça chegou a oferecer seu próprio carro e dinheiro para que o bandido fugisse, mas ele não aceitou a oferta. Alegava que precisaria da avenida vazia para fugir.

Mais de 20 policiais, entre civis, militares e do Corpo de Bombeiros, além de três delegados e um promotor de Justiça participaram da operação de resgate da vítima. Algumas pessoas que acompanhavam o desenrolar do caso registraram, em vídeo, alguns momentos da negociação.

No momento do desfecho, quando policiais deram o tiro de comprometimento e, com sucesso, atingiram o bandido, Edivânia contou que pensou que o sangue que jorrou fosse dela. "Ele disse: fique de quatro e se você acreditar em Deus pode rezar porque esse vai ser o seu fim", detalhou. A atendente disse, ainda, ao fim da entrevista, que a partir de agora passará a dar mais valor à vida. "Isso mudou completamente a minha vida. Quero vivê-la melhor agora, ao lado dos meus filhos", finalizou.

Ainda em choque e abalada com tudo o que aconteceu, Edivânia disse que quer voltar a trabalhar, mas não na mesma loja, pois ainda não consegue passar em frente ao local. Após o incidente, a atendente foi levada para o Hospital Regional Dom Moura, mas já recebeu alta. Ela recebeu a equipe da Rádio Jornal para explicar tudo que aconteceu na manhã desta terça feira

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