Após mais de um ano e meio do
acidente que deixou em coma o humorista paraibano Francisco Jozenilton
Veloso, o Shaolin, a família revelou em entrevista que
o artista tem avançado significativamente no tratamento e que
reconheceu algumas pessoas. A informação veio depois que Shaolin foi
submetido a testes com um equipamento importado que identifica respostas
através dos olhos.
De acordo com a neuropsicóloga
Morgana Andrade, que acompanha o tratamento desde que o artista recebeu
alta e foi levado para casa em junho de 2011, ele tem melhorado
significativamente. "No início ele tinha respostas mínimas,
trabalhávamos muito pouco tempo e agora conseguimos estender mais o
tempo da terapia", disse.
Ainda segundo ela, os médicos
descartaram a hipótese de que ele estivesse em um estado de coma vigil,
em que há reações como piscar os olhos, chorar ou sorrir, mas que são
involuntárias. Os médicos passaram a acreditar que as ações dele são
propositais depois que ele passou por testes com o equipamento e esboçou
respostas com o olhar a rápidas perguntas feitas pelos familiares. Os
testes foram feitos na segunda-feira (3) na casa de Shaolin. A máquina,
de tecnologia sueca, consegue obter respostas através dos movimentos
dos olhos do paciente quando ele é submetido com pequenos estímulos. No
caso do artista, os estímulos foram pequenas perguntas em que o
equipamento captava uma confirmação ou uma negativa, ou seja, ele
respondia apenas se sim ou se não.
O cunhado de Shaolin, Ricardo Santos,
disse que a maioria das questões era indagando o humorista se ele
reconhecia ou não as pessoas. "Ele deu mostras de que está totalmente
consciente e conheceu todas as pessoas que estavam no quarto, inclusive
gente que ele não via desde antes do acidente", disse. Segundo ele, o
equipamento foi apenas testado e os médicos paraibanos vão passar a
utilizá-lo depois que fizerem alguns estudos.
Apesar disso, a esposa de Shaolin,
Laudiceia Veloso, disse já estar ansiosa para se comunicar todos os dias
com o marido, mesmo que limitadamente através do aparelho. "Foi
emocionante! Há muito tempo a gente espera uma resposta dele de alguma
forma. Até o momento não tínhamos uma resposta concreta, mas a partir da
máquina conseguimos. Ela vai demonstrar como e até onde o nível de
consciência dele está aumentando. Vai ficar muito mais fácil de se
comunicar" relatou.
Ricardo disse que os médicos
explicaram à família que Shaolin tenta se comunicar, mas não consegue se
expressar. "A comunicação através da máquina é muito sutil. Quanto ao
avanço no tratamento é preciso esperar para saber se ele vai continuar
assim, se vai melhorar, se vai ficar com sequelas. É preciso esperar",
disse.
O julgamento
A última audiência do caso foi realizada no dia 31 de julho na cidade de Sapé, na Zona da Mata Paraibana. Foi a segunda vez que o motorista de caminhão Jobson Clemente Benício foi ouvido pela Justiça. Ele foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de lesão corporal e denunciado pelo Ministério Público da Paraíba como responsável pelo acidente com Shaolin
A última audiência do caso foi realizada no dia 31 de julho na cidade de Sapé, na Zona da Mata Paraibana. Foi a segunda vez que o motorista de caminhão Jobson Clemente Benício foi ouvido pela Justiça. Ele foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de lesão corporal e denunciado pelo Ministério Público da Paraíba como responsável pelo acidente com Shaolin
O acusado foi ouvido em Sapé, por
morar na cidade, através de carta precatória, quando uma parte do
processo acontece fora da comarca de origem. O depoimento colhido foi
reencaminhadodo acusado para o juiz Vandemberg de Freitas, da 4ª Vara
Criminal deCampina Grande, que é o titular do caso.
Atualmente, o julgamento está no
processo das alegações finais, quando os advogados de defesa e acusação e
o Ministério Público apresentam as últimas provas dos seus argumentos. O
MP requereu uma nova diligência, a associação de fotos do acidente da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao processo. Depois que as fotografias
forem recebidas, o juiz dará a sentença.
Sobre o julgamento do caminhoneiro
envolvido na colisão, a família prefere não comentar e diz que está
concentrada na recuperação do humorista, em vez de fazer especulações
sobre a condenação ou absolvição do réu. "Sobre o julgamento não compete
a mim comentar", declarou Laudiceia.
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