quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Igreja, universidade e OAB lançam comitê contra corrupção



  Todas as instâncias da sociedade unidas no combate à corrupção eleitoral. Essa é a proposta do comitê lançado na tarde desta quinta-feira (12), na Universidade Católica de Pernambuco, no Recife. Universitários, membros de partidos e representantes de diversos setores sociais lotaram o auditório G1 da instituição para prestigiar o lançamento do Comitê Contra a Corrupção Eleitoral, que tem como objetivo orientar a população sobre a legislação e, principalmente, receber denúncias de crimes eleitorais cometidos por candidatos na campanha deste ano. As atenções estarão voltadas principalmente às tentativas de abuso de poder econômico, como a famosa compra de votos. A ação é resultado de uma parceria entre a Católica, Arquidiocese de Olinda e Recife e a Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE).

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, foi o idealizador do comitê e, em seu discurso, enfatizou a importância do voto consciente. "Votar é gesto de cidadania e deve ser realizado com responsabilidade e grande consciência político-social", afirmou. "Para escolher o candidato, é necessário ter discernimento e bom senso", reforçou. A arquidiocese enviou cartas de divulgação do comitê para todas as paróquias dos dois municípios. Elas serão lidas após as missas.

A Lei da Ficha Limpa foi o que norteou a fala do presidente da OAB-PE. Henrique Mariano destacou a importância de toda a mobilização social que culminou na criação da norma. "Isso significa que a sociedade brasileira quer mudança. A sociedade não quer que todos os anos se repita a mesma história de pessoas que, através do abuso de poder econômico, saem na frente na corrida eleitoral". Mariano ainda se dirigiu diretamente aos universitários, atribuindo-lhes o papel de multiplicadores da campanha contra a corrupção.

O reitor da Universidade Católica, padre Pedro Rubens, destacou o papel do voto consciente na promoção da igualdade social, destacando que universidades privadas só existem porque o governo não consegue garantir o acesso de todos os alunos ao ensino superior de forma gratuita. "Nós gostaríamos de ser uma universidade aberta a todos", disse o reitor. Sobre programas governamentais de acesso às universidades, ele falou que "são bons, mas nós temos que mexer num sistema que é injusto na sua raiz".


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