Um pescador de 54 anos foi preso em flagrante, nesta terça-feira (8), por suspeita de manter a filha, de 28 anos, em cárcere privado desde 1998 e ter sete filhos com ela, em Pinheiro (MA). Segundo a Polícia Civil, a prisão aconteceu logo após o pescador ter tentado manter relações sexuais com uma das crianças, de aproximadamente 6 anos. Os policiais precisaram usar canoas para chegar ao local.
O caso foi descoberto após denúncia anônima feita durante uma passeata contra a pedofilia, na capital maranhense, há 15 dias. O pescador e a filha moravam em uma casa de dois cômodos, feita de barro e pedaços de madeira e coberta de palha. O imóvel fica no povoado de Experimento, uma região afastada do Centro de Pinheiro, a mais de 300 quilômetros de São Luís.
Segundo o delegado Jair Lima de Paiva Júnior, superintendente da Polícia Civil do Interior do Maranhão, nenhum dos sete filhos do pescador com a filha foi registrado em cartório ou tem documento de identidade. "Por isso fica difícil saber a idade exata de cada uma delas. Pelo levantamento inicial, todas nasceram na própria casa, nunca viram um hospital de perto e sequer frequentaram escola."
Júnior disse ainda que a mãe das crianças não sabe ler e escrever. "Segundo depoimento da jovem, o pai começou a praticar sexo com ela quando tinha cerca de 16 anos. Dessas relações nasceu o filho mais velho, que tem cerca de 12 anos. O casal ainda tem uma criança, de 2 meses."
Polícia Civil do Maranhão)Como vivia em cárcere privado, a mãe das crianças nunca trabalhou. "Ela vivia para cuidar dos filhos e não saía da casa. Agora, as crianças estão sob cuidados do Conselho Tutelar de Pinheiro, que está providenciando atendimento médico para todas elas", afirmou o delegado.
No momento da prisão do pescador, as crianças ainda não tinham se alimentado. "Algumas delas aparentam sinais de desnutrição e uma delas é portadora de deficiência auditiva. O afastamento delas da sociedade era tão grande que elas correram com medo quando os policiais chegaram de carro."
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