segunda-feira, 21 de junho de 2010

Travesti com HIV injeta sangue infectado em enfermeiras de Brasília

Revoltado com a falta de atendimento de um hospital de Ceilândia, cidade satélite a cerca de 30 km de Brasília, um travesti tirou o próprio sangue com uma seringa e perfurou várias vezes a mão de uma enfermeira nesta segunda-feira (21). O agressor também mordeu o braço da técnica de enfermagem que tentava ajudar.

O travesti, de 28 anos, estava acompanhando uma amiga que passava mal. De acordo com testemunhas, o agressor entrou em desespero após esperar por mais de cinco horas no hospital.

Uma paciente disse que o travesti ficou nervoso com a falta de previsão no atendimento. “Ela se revoltou. Tinha várias pessoas chorando, desmaiando embaixo do banco, só que eu não gritei. Ela viu, deu a doida nela, e ela fez isso”, disse.

O travesti, que estava dentro da emergência, teve acesso à sala onde a equipe de enfermagem guardava as seringas. De acordo com os funcionários, ele tirou o sangue e saiu correndo pelo corredor. Quando a enfermeira-chefe tentou controlar a situação, teve a mão perfurada. E a técnica que tentou ajudar levou a mordida no braço.

O travesti foi preso em flagrante por um policial militar que estava no hospital e fez nesta segunda mesmo o teste que apontou que ele é portador do vírus HIV.

As servidoras do hospital tomaram um coquetel de medicamentos contra o vírus e foram levadas para a delegacia. A técnica de enfermagem conta que o travesti também ameaçou os pacientes. “Ela tirou uma quantidade grande na seringa e ameaçava todo mundo. Os pacientes ficavam pedindo pelo amor de Deus para tirar ela dali”, disse.

De acordo com o delegado Onofre de Moares, o travesti vai responder por tentativa de duplo homicídio. “A partir do momento que ficou constatado no laudo que ele é soropositivo, vai responder por duas tentativas de homicídio qualificado. A pena para cada tentativa é de 12 a 30 anos, diminuída de um ou dois terços porque foi tentativa, e não homicídio consumado”, explicou o delegado.



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