Relação de convocados causa controvérsia desde o primeiro Mundial. Veja grandes nomes brasileiros que acabaram fora do principal torneio do futebol
Diz
o ditado que o Brasil tem 200 milhões de técnicos de futebol e, em
época de Copa do Mundo, cada
um deles tem uma seleção ideal, que nem sempre, ou quase nunca, é a
mesma do
técnico "oficial". Kaká, Robinho, Philippe Coutinho, Dedé, Miranda,
Filipe Luís... Nesta quarta-feira, às 11h30 (de Brasília), quando
Felipão divulgar a lista com seus escolhidos, ainda que não sejam
esperadas surpresas, algumas ausências serão lamentadas. E isso não é
novidade. Em 2010, Dunga não se
sensibilizou com o apelo popular e deixou fora Ganso e Neymar, que
brilhavam no Santos, além dos veteranos Ronaldinho e Adriano. O próprio
Felipão já se viu no
centro de polêmica semelhante. Em 2002, bateu o pé e não levou Romário,
mas festejou a conquista do penta.
Confira a lista com os craques preteridos pelos técnicos da Seleção nas
edições anteriores da Copa do Mundo:
Mesmo com a boa fase
de Ronaldinho no Milan e dos “Meninos da Vila”, Dunga não levou nenhum deles
para a Copa da África. Preferiu contar com Kaká, que voltava de lesão, e Grafite. R10 e Ganso chegaram a fazer parte de uma
lista de “reservas”, que não foi usada. Adriano também chegou a ser cotado, mas, como os outros, acabou preterido. O Brasil foi eliminado pela Holanda nas
quartas de final,
e Dunga recebeu uma enxurrada de críticas.
O Baixinho, herói da conquista da Copa de 94, que já vinha de um corte
traumático em 1998, fez de tudo para estar na lista de Felipão. Mas, ao
contrário do que pedia o povo nas ruas, Scolari não se sensibilizou e manteve a
sua "família" intacta, descartando a
presença de Romário.
No fim das contas, o Brasil acabou conquistando o pentacampeonato.
2006 - ALEX
Alex defendia o Fenerbahçe (Foto: Getty Images)
O meia estava voando e fez parte do grupo da Seleção Brasileira em duas
conquistas da Copa América, em 1999 e 2004. Mas Parreira foi para a Alemanha
sem o jogador entre seus convocados. A Seleção mais uma vez não foi longe na
Copa, caindo também nas quartas para a eterna algoz, França.
2002 - ROMÁRIO
1998 - Romário
Romário em ação pelo Fla (Foto: Divulgação)
Símbolo maior da conquista do tetra, quatro anos antes nos Estados
Unidos, Romário estava entre os convocados para a Copa da França, porém uma
lesão acabou tirando-o da competição. Este episódio causou grande polêmica
na época, pois Lídio Toledo, então médico da Seleção, havia afirmado à comissão
técnica que o Baixinho não se recuperaria a tempo. Zagallo e Zico então,
respectivamente técnico e coordenador técnico, decidiram tirá-lo do grupo.
Romário não só se recuperou como chegou a jogar pelo Flamengo, seu time na
época, antes do final da Copa. O Brasil chegou à decisão, porém acabou perdendo para a França, comandada por Zidane.
1994 - RIVALDO
Sem Rivaldo (Foto: Reprodução / Globo Nordeste)
A pressão sobre Parreira era grande. Afinal, o país não vencia uma Copa
havia 24 anos. Ao contrário da fase exuberante da dupla Romário e Bebeto no
ataque, o meio de campo sofria com a falta de criatividade. Raí, que deveria
ser o cérebro da equipe, não apresentava um bom futebol na temporada. Algumas
vozes então começaram a sugerir a convocação de Rivaldo, meia-atacante que
poderia atuar na posição. Mas o grupo já estava fechado, e Rivaldo ficou fora.
Raí terminou o torneio no banco, substituído por Mazinho, mas o Brasil acabou
conquistando o tão sonhado tetra.
1990 - NETO
Neto comemora pelo Timão (Foto: Gazeta Press)
O Brasil vinha de uma conquista muito comemorada em 1989: a Copa América
- título que a Seleção não conquistava havia 40 anos - e via despontar a dupla Bebeto e Romário (que vingaria mesmo em 1994).
Contudo, o técnico Sebastião Lazaroni não contava com tranquilidade no comando
da equipe. Se em 1989 o pedido era pelo atacante Charles, recém-campeão
brasileiro com o Bahia, em 1990 o clamor era por Neto.
Lazaroni não levou e, bem... dessa Copa é melhor a gente nem lembrar muito...
1986 - RENATO GAÚCHO
Renato, ídolo tricolor (Foto: Site Oficial do Clube)
Não que ele não tenha sido convocado. Até foi. Mas, por causa das
constantes indisciplinas, Telê Santana não teve
paciência com o jogador que vivia grande fase no Grêmio,após uma fuga da concentração. Muita gente lamentou o
corte, que resultou no pedido de dispensa, em solidariedade ao amigo, do
lateral Leandro.
O Brasil seria eliminado pela França na disputa de pênaltis.
1982 - LEÃO
A Seleção de 1982
encantou o mundo, mas também causou polêmica no país, antes e depois da derrota para a Itália, que ficou conhecida como “A tragédia do Sarriá”.
Além de se recusar a escalar Roberto Dinamite como titular e de ter ignorado
Reinaldo, Telê Santana não conseguiu encontrar um goleiro de confiança. Os escolhidos por
ele foram Waldir Peres, Carlos e Paulo Sérgio, e nenhum deles conseguiu se firmar. O melhor na posição
era o polêmico Leão, e a opção de deixá-lo fora foi duramente criticada na
época.
1978 - FALCÃO
Falcão no Inter (Foto: Agência Gazeta Press)
O craque do Internacional era o preferido da torcida
para compor o setor de meio campo na Seleção que o técnico Cláudio Coutinho
levaria à Argentina naquele ano. Porém, o futuro “Rei de Roma”
não foi lembrado, ficando fora da equipe que terminaria o Mundial em
terceiro lugar.
1974 - ZICO
Zico sem chances (Foto: Domicio Pinheiro/Agência Estado)
O
Galinho tinha apenas 21 anos, mas já começava a despontar como um dos
grandes craques do futebol brasileiro. Na época, muitos já queriam vê-lo
vestindo a Amarelinha, mas o técnico Zagallo o ignorou na convocação. O
caso de Ademir da Guia foi diferente, já que o Divino esteve na lista,
porém o craque jogou apenas uma partida no Mundial.
1970 - DIRCEU LOPES
Mesmo uma Seleção reverenciada como a de 70 teve seus excluídos. Fosse o
técnico da Copa João Saldanha, certamente Dirceu estaria entre os convocados,
já que esteve presente nas Eliminatórias. Porém, com a mudança de comando, o jogador
acabou perdendo espaço, pois o novo treinador, Zagallo, alegava que a equipe
canarinho já tinha "muitos jogadores para a sua posição".
1966 - CARLOS ALBERTO TORRES
Torres, injustiçado (Foto: Arquivo Pessoal / Zico)
O destino se encarregaria de corrigir o erro e na Copa seguinte seria ele
quem levantaria a cobiçada Taça Jules Rimet e ficaria conhecido como Capitão do Tri. Mas Carlos Alberto
Torres
foi um dos excluídos da lista de convocados para o Mundial da Inglaterra. Na
época, o Capita tinha 22 anos e já
havia sido chamado em pré-convocações. Porém, o técnico Vicente Feola o excluiu
do grupo final. Esta Copa ficou marcada como uma das piores participações da
Seleção na história do torneio.
1962 - QUARENTINHA
Quarentinha em ação pelo Botafogo (Foto: BFR)
Quando um time é campeão, fica mais difícil criticar a falta
deste ou daquele jogador, mas, certamente, Quarentinha foi um desses casos em que
a época não ajudou. O artilheiro fez parte de um time de sonhos do Botafogo, jogando ao lado de
nomes como Didi e Garrincha, mas jamais conseguiu destaque na Seleção e nunca
jogou uma Copa do Mundo. Como o Brasil conquistou o bicampeonato, não houve
muito espaço para lamentar sua ausência.
1958 - CANHOTEIRO E LUIZINHO
Canhoteiro em destaque (Foto: Gazeta Press)
Dizem que o bairrismo pode ter sido o motivo para que estes dois craques
do futebol paulista ficassem de fora da convocação final para a Suécia. No caso
de Canhoteiro, um dos maiores ídolos do São Paulo, o gosto pela boemia certamente
foi um fator que contribuiu para que o técnico Vicente Feola o cortasse. Já a ausência
do corintiano Luizinho enfureceu a Fiel, que vaiou a Seleção no último amistoso
preparatório para a Copa. Para a história, contudo, ficou o primeiro título do
Brasil e o surgimento de Pelé.
1954 - zizinho
Zizinho, craque do Fla (Foto: Site Oficial do Flamengo)
Quem
viu Zizinho jogar garante que ele foi o melhor jogador brasileiro até o
surgimento de Pelé. Um dos maiores ídolos do Flamengo, na época
defendia o Bangu e deveria
estar na Seleção que foi à Suíça, mas brigou com o então técnico Aymoré
Moreira
no Sul-Americano de 1953. Depois disso, passou a ser ignorado nas
convocações seguintes, mesmo com outro treinador.
1950 - LEÔNIDAS DA SILVA, HELENO DE FREITAS E
CLÁUDIO
Leônidas da Silva (Foto: Reprodução/Site Oficial do Flamengo)
Para
os padrões do futebol atual, um jogador com 36 anos tem plenas
condições de jogar em alto nível, trazer experiência para o grupo e
fazer parte
de uma seleção em uma Copa do Mundo. Porém, foi exatamente a “idade
avançada”
que levou o técnico Flávio Costa a descartar o Diamante Negro da Copa.
Já o primeiro grande bad boy do futebol brasileiro, Heleno de Freitas,
perdeu a chance de
disputar o Mundial em casa por seu temperamento difícil e
por já sofrer de sífilis. No caso de Cláudio, outra vez se atribui ao
bairrismo
a causa de sua ausência na Seleção, pois o corintiano fazia parte da
equipe até
o ano anterior.
1938 - CARVALHO
LEITE
O artilheiro Carvalho Leite (Foto: Blog Memória EC)
É possível que muitos torcedores alvinegros nem conheçam a história dele, que foi um
dos artilheiros do Campeonato Carioca daquele ano e um dos principais nomes do
Botafogo na conquista do tetracampeonato estadual. Carvalho Leite já havia
disputado as duas Copas anteriores, mas sua experiência e seu estilo trombador
não convenceram o técnico Cláudio Castro a levá-lo para à França, fato que
muita gente questionou na época.
1934 - DOMINGOS DA GUIA
A Itália, então
anfitriã da Copa, perdeu a chance de ver desfilar por seus gramados aquele que
é tido por muitos como um dos melhores zagueiros de todos os tempos. Não que o
técnico da Seleção não quisesse convocá-lo, mas, na época, Domingos atuava no
Nacional, do Uruguai, e a equipe exigiu um alto valor de seguro
para liberá-lo. Como o seguro não foi pago, o zagueiro não pôde ser convocado e
ficou fora da equipe. No entanto, Domingos jogaria a Copa seguinte com
grande destaque.
1930 - FEITIÇO E
FRIEDENREICH
Friedenreich na Copa América (Foto: Reprodução)
O Uruguai foi o palco da primeira Copa do Mundo da história, e nela estava
o Brasil. Mesmo com o futebol ainda nos seus dias amadores, o país já produzia
jogadores que encantavam a torcida. Mas o amadorismo, o bairrismo e a
desorganização levaram o Brasil a ir para a Copa sem dois dos craques da
época. Uma briga entre paulistas e cariocas fez com que a Seleção só tivesse
jogadores do Rio, deixando fora, portanto, Feitiço, então atacante do Santos, e Friedenreich,
tido por muitos como o primeiro ídolo do futebol brasileiro e que atuava no São
Paulo.
Globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário