O Governo de Pernambuco rebateu críticas feitas na semana passada em reportagens veiculadas por alguns meios de comunicação sobre as condições da BR-232. Em anúncio de duas páginas publicado neste domingo (24) nos principais jornais do Estado, o Palácio do Campo das Princesas joga a culpa das falhas na rodovia para o governo de Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho. De acordo com a publicidade oficial não basta apenas fazer a conservação da via, "mas sua verdadeira reconstrução".
"Essa atitude não visa alimentar velhas rixas políticas que tantos prejuízos trouxeram a Pernambuco. Objetiva restabelecer a verdade dos fatos, tratando-os de forma transparente perante a sociedade", afirma a introdução da publicidade que também qualifica a duplicação da BR-232 como "obra símbolo" do governo anterior. "O atual governo reconhece esse fato e deu continuidade, no trecho Caruaru/São Caetano".
No anúncio, o govenro lembra que a administração pré-Eduardo Campos gastou, entre 1999 e 2004, "mais de R$ 500 milhoes pertencentes aos pernambucanos, obtidos com a privatização da Celpe" para duplicar a rodovia que, segundo o informe publicitário, deveria durar 30 anos.
Em seguida, o anúncio enumera falhas que teriam sido apresentadas "antes mesmo de ter a obra concluída": placas de concreto quebradas, soltas ou trincadas e com espessura inferior ao previsto no projeto, ferragens expostas, buracos e afundamentos, desgaste precoce do asfalto, inexistência, insuficiência ou inadequação da drenagem, deficiência na selagem das juntas, vazio sob as placas, uso de cimento inadequado.
O Governo de Pernambuco indica que os erros foram apontados por instituições como Escola Politécnica de São Paulo (22 de dezembro de 2004), Tribunal de Contas da União (29 de agosto de 2005) e Tribunal de Contas de Pernambuco (6 de setembro de 2006). O anúncio publicado neste domingo traz cópias de documentos dessas instituições com trechos destacados.
O anúncio indica ainda que a Procuradoria Geral do Estado ingressou em 2007 - primeiro ano da gestão Eduardo Campos - com uma ação judicial contra as empresas que elaboraram o projeto e executaram a obra e justifica o não recebimento de recursos federais. "As irregularidades constatadas, pela sua gravidade, terminaram por impedir que o Estado de Pernambuco recebesse do Governo Federal parte dos recursos próprios aplicados na obra, que seuer foram formalmente pleiteados pelo governo anterior junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)".
A publicidade oficial garante que, "mesmo com tantas dificuldades", o governo está realizando a "conservação regular" da rodovia. "Por meio do DER/PE, o Governo detectou e corrigiu 18 pontos críticos, entre março e abril desse ano. No entanto, a gravidade dos problemas constatados limita os efeitos desta ação, impedindo a manutenção da estrada nas condições ideais".
Antes de publicizar as obras viárias que vem fazendo nos últimos anos, o Palácio do Campo das Princesas diz que precisará "reconstruir" a BR-232. "Como o processo judicial ainda está em andamento, só restou ao Governo de Pernambuco iniciar o processo licitatório para a recuperação definitiva da rodovia, uma vez que as irregularidades encontradas na duplicação efetuada pelo governo anterior são tão graves que demandam não a mera conservação da estrada, mas sua verdadeira reconstrução".
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