A Petrobras prepara proposta de metodologia para reajustar os preços
de combustíveis, atualmente subsidiados pela estatal. O documento será
apresentado na próxima reunião do Conselho de Administração, presidido
pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, dia 22 de novembro. A proposta
foi aprovada pela Petrobras, mas o conselho pediu esclarecimentos,
segundo o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Almir
Barbassa.
De acordo com Barbassa, a proposta deve permitir melhora no caixa e
na alavancagem, que é a possibilidade de fazer empréstimos para
investir. O cálculo será feito com base no câmbio e nos preços cobrados
no mercado internacional. “Não sei se vai ser um gatilho, o que vai ser.
O importante é que trará a previsibilidade”, disse o diretor.
Barbassa não deu detalhes sobre a proposta, mas adiantou que a
metodologia deixa a possibilidade de aumentar ou reduzir preços,
dependendo do cenário. “A metodologia leva tanto a aumento quanto a
redução [de preços]. É uma metodologia de aderência aos preços
internacionais. Se estamos [com preços] defasados para menos, leva a
mais; se for defasado para mais, leva a menos”, explicou.
Nos últimos anos, para não influenciar na inflação, a Petrobras tem
assumido a diferença entre o preço mais alto de importação do diesel e
da gasolina e o valor cobrado no mercado interno. Porém, ao arcar com o
custo, a companhia tem menos recursos para investir. O impacto no caixa,
com o subsídio, tem preocupado investidores e pode afetar o plano de
negócios da empresa.
Almir Barbassa deu entrevista após detalhar os resultados financeiros
do terceiro trimestre. No período houve queda de 45% no lucro líquido,
em relação ao trimestre anterior, ficando em R$ 3,395 bilhões. No
entanto, no acumulado do ano, o lucro líquido cresceu 29% na comparação
com o mesmo período do ano passado e somou R$ 17,289 bilhões.
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